30 de out. de 2009

DIFICULDADE DA APRENDIZAGEM X MOTIVAÇÃO

RESUMO
O presente artigo tem por objetivo discutir as dificuldades de aprendizagem em situação problema contextualizada com os alunos de 9 a 12 anos, diante da perspectiva da motivação e auto-estima. O artigo divide-se em três subitens que discutem o assunto de forma crítica e embasada na realidade vivenciada em sala de aula pela pesquisadora. Reflete sobre as dificuldades dos pais em impor limites aos filhos.

Palavras-chaves: dificuldade, aprendizagem, auto-estima, motivação.

1. INTRODUÇÃO
Auto-Estima é a confiança na própria capacidade de aprender, tomar decisões ,fazer escolhas apropriadas na vida .Alguns pontos são essenciais para construir a auto-estima :viver conscientemente ( a prática de ouvir e refletir sobre os fatos); auto-aceitação (a disposição para admitir, experimentar e assumir pensamentos sentimentos e ações); senso de responsabilidade (perceber que somos responsáveis pela nossa própria vida), conduta afirmativa ( defender a si mesmo e suas idéias de forma apropriada ); prática de estabelecer objetivos ( tomar providência para concretizar objetivos); integridade pessoal ( dizer a verdade, honrar compromissos e servir de exemplo ).
Compreender a fase de cada conflito psicológica que as crianças passam é fundamental para o entendimento do sentimento de cada um, seus medos, suas ansiedades, suas expectativas e esperanças, frustrações e decepções.
O universo psicológico de cada criança é influenciado pelos acontecimentos externos, o que possibilita aos educadores transformar essas questões perturbadoras em experiências positivas para o amadurecimento de cada criança.
Portanto o presente artigo tem por objetivo refletir sobre essas questões norteadoras do universo da dificuldade de aprendizagem x motivação e auto-estima.

2. MOTIVAÇÃO
A aprendizagem depende em grande parte da motivação: as necessidades e os interesses da criança são mais importantes que qualquer outra razão para que ela se ligue a uma atividade. Ser esperta, independente, curiosa, ter iniciativa e confiança na sua capacidade de construir uma idéia própria sobre as coisas, assim como exprimir seu pensamento como convicção são características que fazem parte da personalidade integral da criança. Entretanto, se a criança interage em um ambiente turbulento e conflituoso, ela pode ter suas características alteradas, influenciando negativamente em sua auto-estima.
Por conseqüência, cabe a escola oferecer condições não só para a criança desenvolver suas potencialidades cognitivas como também poder perceber suas limitações e capacidades de uma forma positiva, melhorando sua aprendizagem. É fundamental tomar consciência de que a atividade lúdica infantil fornece informações elementares a respeito da criança: suas emoções, a forma como interagem com seus colegas, seu desempenho físico-motor, seu estágio de desenvolvimento, seu nível lingüístico, sua formação moral.
O que acontece no decorrer de uma atividade lúdica depende sobretudo das ações da criança num tempo e espaço determinados, com ou sem parceiros, com ou sem objetivos de brincar. É por meio de atividade sensório-motoras que a criança vai aprendendo. À medida que cresce, podemos observar que ela vai desenvolvendo suas habilidades cognitivas, corporais, emocionais e sociais, que vão constituindo a ponte entre suas ações puramente físicas e concretas, para ações mais abstratas.
Durante o período escolar é possível ver a aprendizagem começar a tomar precedência sobre a maturação. Comportamentos autógenos não mais aparecem regularmente, desabrochados como resultado do crescimento anatômico e fisiológico. Agora são primariamente as capacidades para aprender novos modos de conduta que maturam: a capacidade de dominar habilidades, conceitos, valores e relações sociais. Sem o concurso do ambiente humano e físico, estas capacidades permanecem estagnadas. Se, ao contrário, tiver um rico e estimulante ambiente, a criança em idade pré-escolar pode realizar prodígios de desenvolvimento.
Na realidade, é importante que o educador esteja ciente que as crianças pensam o mundo de um jeito especial e muito próprio. É a partir das relações que estabelecem com a realidade em que convivem, com o meio familiar e com as pessoas que necessitam se relacionar no cotidiano, que elas passam a “ler” e compreender o mundo. Sendo que em sua percepção, a criança está adquirindo informações significativas que irão lhe moldar sua personalidade.
O transtorno de aprendizagem consiste no obstáculo de que se coloca para o indivíduo em seu processo de aprendizagem. Na visão da autora, o transtorno de aprendizagem é aquilo que dificulta o processo de mediação do aluno com o objeto do conhecimento. Para remover e superar a dificuldade de apropriação do objeto de conhecimento é preciso utilizar diferentes estratégias. Essa as quais precisam se fundamentar no diagnóstico do contexto onde o indivíduo se insere.
É fundamental partir do contexto, porque é o próprio meio que coloca o transtorno na aprendizagem do aluno. De Fato, conforme o contexto educativo em que se insere e os métodos pedagógicos nele usados é que se formam os transtornos de aprendizagem.
Essa constatação deve servir, porém, para enfatizar que o meio também tem condições de superar os transtornos e oferecer ao aluno as condições necessárias para uma aprendizagem significativa.
O fundamento teórico do texto assinala que “o homem é um ser que se realiza na relação com o contexto social”. De fato, enquanto ser social, o homem se relaciona diretamente com o meio em que vive, deixando-se influenciar por ele ao mesmo tempo em que nele interfere.
Essa relação se expressa na forma de pensar, agir, sentir e se comportar do ser humano. Nesse sentido, seu processo de formação depende das interações que ele estabelece no meio social em que vive, das quais ele se apropria não só da cultura como também constrói seu conhecimento e se socializa.

2. A AUTO-ESTIMA
A auto-estima não é uma pretensão ostensiva. É um sentimento calmo de auto-respeito, um sentimento do próprio valor. Quando a sentimos interiormente ficamos satisfeitos em sermos nós mesmos. A pretensão é apenas uma manifestação falsa para encobrir uma auto-estima precária. Quando se tem uma boa auto-estima, não se perde tempo e energia procurando impressionar os outros; já se conhece o próprio valor.
A idéia que seu filho faz de si mesmo influencia a escolha dos amigos, a maneira pela qual se entende com os outros, o tipo de pessoa com quem se casa e a produtividade que terá. Afeta a sua criatividade, integridade, estabilidade e até mesmo a possibilidade de ser líder, ou um seguidor. Seus sentimentos do seu próprio valor formam a essência de sua personalidade e determinam o uso que fará de suas aptidões e habilidades. Sua atitude para consigo mesmo tem influência direta sobre a maneira pela qual vive todos os aspectos de sua vida. Na verdade, a auto-estima é a mola que impulsiona a criança para o êxito ou fracasso como ser humano.
A importância da auto-estima na vida de nossos filhos dificilmente poderá ser exagerada. Todo pai que se preocupa dever ajudar seu filho a criar uma fé firme e sincera em si mesmo.
A família ainda é o lugar privilegiado para a promoção da educação infantil. Embora, a escola, os clubes, os companheiros e a televisão exerçam grande influência na formação da criança, os valores morais e os padrões de conduta são adquiridos essencialmente através do convívio familiar. Quando a família deixa de transmitir estes valores adequadamente, os demais veículos formativos ocupam seu papel. Nestes casos, a função educativa, que deveria ser apenas secundária, muitas vezes passa a ser a principal na formação dos valores da criança.
Até meados do século passado, as regras estabelecidas por nossos antepassados para a educação de filhos eram inquestionáveis. Os pais puniam e castigavam com um direito legítimo de educador. Era dever dos educadores corrigir, mesmo que com rigor físico, as rebeldias infantis. Aqueles que não corrigissem seus rebentos seriam questionados pela sociedade e até culpabilizados pelas desordens por eles cometidas.
A revolução de costumes dos anos 50 teve consigo uma série de questionamentos quando à maneira de educar crianças. A severidade habitual de costumes foi confrontada inicialmente através da liberdade sexual e em seguida pela flexibilização das regras na educação das crianças. Os novos pais, pós-revolução sexual, também se revelaram quanto às regras rígidas de educação de filhos. Passaram a conceder mais, repudiaram a punição física, quiseram se tornar mais amigos dos filhos. Começaram a utilizar o diálogo como fonte de educação.
Porém essa nova maneira de educar trouxe conseqüências inesperadas. Os filhos ficaram desobedientes, não respeitando seus pais e professores, muitas vezes deixando de estudar, não querendo assumir compromissos profissionais, tornando-se rebeldes e, por via de seqüência, alvo fácil de grupos desviantes. No entanto, os pais modernos, para conquistar este novo tipo de relacionamento, abriram mão, muitas vezes, do seu papel de educadores, deixando de estabelecer regras, esqueceram que pais são o modelo moral para seus filhos, passaram a usar a conversa de forma punitiva (horas de sermão e de ameaças) e não como uma forma de reflexão.
A importância do estabelecimento de regras, a monitoria adequada e o modelo moral são formas positivas de se relacionar com os filhos que serão mostrados neste tratado paulatinamente.
Os pais devem estabelecer regras, no entanto, as mesmas devem ser poucas, progressivas e possíveis de serem cumpridas. Precisam ser aplicadas logo após ao comportamento inadequado tenha ocorrido. O castigo nunca deve provocar dor ou privação de necessidades básicas. Jamais usar a retirada do carinho, do afeto como castigo. A ameaça é ineficaz e gera um relacionamento irritadiço. As crianças que são “educadas” com regras frouxas tornam-se adolescentes que não respeitam as regras na escola e demais instituições, não respeitam os professores e demais autoridades, aprendem que a manipulação emocional e a agressividade são “boas” formas para se resolver problemas e enfrentar o estabelecimento de regras. Por fim, quando se sentem rejeitadas, estas crianças ou adolescentes afastam-se, gradualmente, da escola e da família.
Os contatos de pele, abraçar, fazer carinho ficar de mãos dadas, dar beijinhos são fortes inibidores do desenvolvimento de comportamento agressivo. Estas relações afetivas, permitem o estabelecimento de uma relação agradável entre os membros da família, facilitando, inclusive, a separação das divergências. Toda família tem suas divergências. São raras aquelas que vivem em perfeita harmonia. O que se busca são formas apropriadas de lidar com elas e, sobretudo, superá-las. As relações afetivas positivas fornecem um excelente caminho para este difícil desafio.
Os pais são os principais mediadores entre a criança e o mundo. A criança aprende sobre o mundo pelos olhos dos pais, de suas reações, de suas experiências. São os pais ensinam as crianças a serem seguras, a terem boa auto-estima, a resolverem problemas. Ensinar a criança, desde tenra idade, a solucionar problemas é um excelente caminho para desenvolver a sua segurança, inibindo, conseqüentemente , o aparecimento de distúrbios sérios como a depressão infantil. Quando uma criança ou adolescente acredita que nada do que possa fazer alterará o mundo, pode entrar em depressão. A depressão é a representação deste fracasso imaginado e sentido, de que não é capaz demudar o meio, de que não consegue se fazer compreender, de não se sentir amada.
Os pais devem fazer com que os filhos reconheçam seus erros, pois esta é a melhor maneira de promover á aprendizagem de bons comportamentos. Nestes casos, os pais devem falar “um pouco” sobre os valores morais da família e da sociedade. Dar uma bronca, por exemplo, sem permitir a reflexão e a autocrítica não produz mudança de comportamento. Em alguns casos, se faz necessário a procura de um profissional especializado como ponto de apoio, porém, muitos pais dentem-se envergonhados, culpados, imaginam-se responsáveis e não querem se expor evitando discutir, fora da família, o problema. Identificar o problema, reconhecer que não sabe resolvê-lo, procurar ajuda especializada é sinal de maturidade de responsabilidade, e não fraqueza ou fracasso.
Pesquisas da área de educação infantil têm demonstrado que em famílias nas quais os pais acompanham de forma positiva as atividades das crianças e adolescentes não são encontrados usuários de drogas e indivíduos anti-sociais. Os pesquisadores estão apontando para este tipo de educação como o mais eficaz na prevenção dos mais freqüentes problemas que surgem na adolescência, como o uso do álcool ou drogas, abaixo desempenho escolar, abandono da escola ou comportamentos agressivos em geral.
Será este estilo de educar, tão determinante para se evitar problemas? Em primeiro lugar, o acompanhamento e o interesse positivo informam a criança que ela é amada. Este é o passo inicial para a construção de uma pessoa segura e feliz. Em segundo lugar, a atenção dos pais voltada para aspectos positivos do comportamento da criança inibe o desenvolvimento dos aspectos negativos, pois a criança sabe o que fazer para atender às perspectivas dos pais; não precisa fazer “coisas erradas” para receber “atenção suficiente”, para se sentir feliz. Em terceiro lugar, a relação estabelecida entre pais e filhos é de confiança. Os filhos podem errar sem provocar um desapontamento nos pais; sabem que terão oportunidade para refletir e fazer a autocrítica, sem que isto represente um fracasso. Descobrem também que quando acertam são elogiados. Em quarto lugar, aprendem elogiar e reconhecer o esforço dos outros, pois seus reforços foram reconhecidos. A empatia é uma característica, das mais importantes e evoluídas do comportamento humano. Os homens que têm empatia são capazes de se colocar no lugar do outro, evitando preconceitos, segregações, discriminações e injustiças. Em quinto lugar, com este estilo parental, podemos permitir o amadurecimento apropriado das emoções.
A educação moderna mudou muito em relação a antiga. Os pais conversam em lugar de dar limites. Os pais conversam em lugar de bater. Neste sentido, a conversa que estamos defendendo, é aquela que estabelece uma troca, uma interação de idéias e sentimentos, em todos os momentos; fator este que na maioria das vezes não alcance seu êxito desejado devido a maneira que alguns pais ainda se dirigem aos seus filhos.
Em síntese, acompanhar de forma positiva o crescimento e desenvolvimento de uma criança ou adolescente e lhes mostrar real interesse, tanto por suas atividades como por seus sentimentos. Significa, por meio do elogio e de atitudes, que demonstrem para o filho que ele é amado e é importante. Conversar, então, significa falar e ouvir o que eles têm a dizer, participar de seus momentos de alegria e tristeza, tomando suas angustias e dores, compartilhando sentimentos e idéias. A verdadeira essência do diálogo, para Spanville, está em construir sobre o argumento do outro e não desvalorizá-los. O que pode-se verificar em um modelo moral.

3. A DESMOTIVAÇÃO OU BAIXA AUTO-ESTIMA X DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM
Quando se fala em Auto-Estima, é comum pensar-se que Auto-Estima é gostar de si mesmo. Em termos gerais, a pessoa pode ver-se a si mesma em termos mais positivos (elevada Auto-Estima) ou em termos mais negativos (baixa Auto-Estima) mas, na verdade é muito mais que isso, Auto-Estima é uma atitude, é uma conquista que geralmente nós fazemos durante a infância. Sabe-se, hoje, que se temos baixa auto-estima, podemos desenvolvê-la e trabalhar para a aumentarmos.
A Auto-Estima assenta em 3 pilares fundamentais - o Gostar de si mesmo (respeitar-se a si mesmo, aconteça o que acontecer) - a Imagem de si próprio (acreditar nas suas capacidades) e a autoconfiança (sentimentos de competência pessoal, pensar que somos capazes de agir em todas as situações, sem nos preocuparmos com os juízos dos outros. Podermos resumir o significado da Auto-Estima, com o modo como nos vemos a nós próprios e é gostarmos ou não do que vemos. Como disse Virgílio Ferreira, “A felicidade não está no que acontece, mas no que acontece em nós desse acontecer”).
Pessoas com Auto-Estima elevada sentem-se amadas e capazes, conseguem entender a "sorte" ou o "azar" que nos acontece na vida, conseguem interrogar-se sobre as causas, os valores, encaram os desafios e solucionam os "problemas" em vez de culparem os outros.
Vários estudos têm demonstrado que existe uma relação entre a "Auto-Estima" dos Educadores e a Auto-Estima das crianças, daí que se afirme que a Auto-Estima tem um papel importante no sucesso escolar. Se a criança percebe que o Educador está "próximo" é simpático, amigo e que valoriza as atitudes das crianças, vai "absorver" estas atitudes como formas de estabelecer relações interpessoais. Se, ao contrário, observa e interioriza as atitudes de um Educador distante, critico, irá estabelecer estes tipos de interações ao estabelecer relações com os outros. Educadores com boa Auto-Estima, transmite mais segurança, são mais confiantes, mais satisfeitos com o seu rendimento, desenvolvem um clima emocional mais positivo, e as crianças demonstram estarem mais contentes no Jardim de Infância. Se a criança tem uma elevada Auto-Estima comporta-se de forma agradável, é participativa, responsável, enfrenta com entusiasmo as situações novas e desafiantes, e desiste menos quando lhe aparecem dificuldades. Por outro lado, também o Educador será estimulado e desempenhará melhor o seu papel de profissional da Educação, para que a criança corresponda mais, e assim sucessivamente, gerando-se por isso uma dinâmica virtuosa.
Já para alguns pais fazem questão até de vencer seus filhos nos esportes para acostumá-los às agruras da vida, como se a vida já não destruísse a nossa auto-estima o suficiente.
A teoria é simples, mas a prática é complicada. Uma frase desastrada pode arruinar o efeito de 50 elogios bem dados. Um conjunto de atitudes pode revelar ou desvelar pessoas com elevada auto-estima: amar incondicionalmente, permitir a expressão de todos os sentimentos, apoiar, ser compassivo, perdoar, ser gentil e amável com os demais. Portanto, um conjunto de habilidades sociais que se traduzem em competências mantém um clima agradável e promove o bem-estar próprio e do outro. No entanto, é necessário para a criança um modelo moral, onde possa se espelhar para refletir sobre suas atitudes.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente artigo teve por finalidade discutir as causas da dificuldade de aprendizagem dos alunos entre 9 a 12 anos, contextualizado na falta de motivação e ausência da auto-estima.
A auto-estima hoje é mal entendida e mal trabalhada. O pessoal acha que auto-estima é fazer tudo o que a criança quer. A gente sabe hoje que o segredo de ser pai e mãe é exercer a autoridade com afetividade. Excesso de permissividade não é bom e o contrário também: pais que são muito autoritários acabam falhando em dar amor. De 0 a seis anos há várias fases, mas quando os pais que são muito complacentes no começo, isso dificulta o exercício da autoridade depois. É comum se subestimar a inteligência da criança na fase lactente, até os dois anos. É importante compreender que as crianças são egoístas e egocêntricas por natureza. Esse é um comportamento incompatível com a vida, mas a criança não descobre o autocontrole espontaneamente. Os pais têm que colocar desde cedo os limites claramente. Ela tem que saber que é amada e querida, mas que não pode fazer algumas coisas. Na minha experiência, crianças que não têm limites são infelizes. Costumo ressaltar que o pai tem função muito importante. Há pais omissos que não exercem sua autoridade, enquanto a mãe se desgasta exercendo função afetiva e disciplinadora.
As crianças não só precisam de uma atmosfera que estimule a curiosidade e a exploração, como também precisam de amplos contatos com uma grande variedade de experiências. Há muitas evidências de que um estímulo variado, nos primeiros anos de vida, afeta o desenvolvimento intelectual. Toda criança precisa do máximo de experiência direta possível. Só dessa maneira ela pode chegar a conhecer o seu ambiente pessoalmente (BRIGGS, p. 191.2002).
Deste modo, uma pequena reflexão a respeito das posturas referentes a abordagem do conhecimento relacionado com a auto-estima podemos notar que pelos racionalistas, o conhecimento é visto como algo que vem de dentro para fora, ou seja, o sujeito age sobre si mesmo e sobre o objeto; no empirismo o conhecimento tem origem e evolui a partir da experiência que o sujeito vai acumulando. E, por fim, nos construtivistas, surge uma nova abordagem, onde se concebe que o conhecimento resulta da interação do sujeito com o ambiente.

REFERÊNCIAS

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FRITZEN, Silvio José. Relações Humanas Interpessoais - (Nas convivências grupais e comunitárias). 12ª ed, Petrópolis: Vozes, 2001.
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JAPIASSU, Hilton. Interdisciplinaridade e patologia do saber. Rio de Janeiro: Imago, 1976.
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