Por: Vanderli Cassia Barros
A pergunta é: vai resolver?
Quando se fala em redução de maioridade penal, fico
preocupada! Essa redução vale para todos ou apenas para o filho do pobre que
não tem como pagar um psicológo, psiquisatra para alegar distúrbios emocionais e encaminhar seu
filho para uma clínica de recuperação, ou justificar que é uma vítima social, ou
ainda qualquer outra desculpa.
Além disso, trata de forma radical os problemas
atuais, mas e a causa desse contexto? A doença social?! Tenho uma visão mais
ampla e holística de tal questão, vislumbro que reduzir ou não a maioridade
penal não educa ninguém, não muda ou transforma realidades.
O que se faz necessário é uma mudança de concepções
sobre a família, comunidade, sociedade, justiça, política, educação, economia,
filosofia, etc. Precisamos repensar papeis, contextos que possibilitem
reformular a justificativa para nossa existência!
Parte da necessidade de
inovar nas estruturas básicas, como educação, segurança e lazer. E digo mais,
essa estruturação parte do fato que se faz necessário peneirar profissionais
capacitados, eficientes, eficazes e abertos, além dos amparos e recursos
tecnológicos e materiais e estruturas físicas.
Só que não podemos deixá-los, ou vê-los como vitima
social, pelo fato que todos somos e mesmo assim fizemos escolhas. Entra em uma
questão discutida na psicologia a resilência que reflete sobre capacidade do
ser humano em lidar e resolver os problemas, além de superar e resistir
dificuldades, pressão, etc.. Veja o conceito ai:
A resiliência é um conceito
psicológico emprestado da física, definido como a capacidade de o indivíduo
lidar com problemas, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações
adversas - choque, estresse etc. - sem entrar em surto psicológico(ARAUJO, C.A.
& MELLO, M. A. & RIOS, A.M.G., 2011).
Acrescento ainda, mais que conhecimento o ser
humano precisa educar sua emoção, entender seus sentimentos, compreender seu
funcionamento, e seu lugar na sociedade.
Então, considero que somos dotados de
características individuais marcantes, e uma personalidade em formação,
conforme o ambiente pode ser influenciado positiva ou negativamente (entramos
na resilência novamente). Trabalhar o foco, ambientes, a convivência social, a
emoção humana.
E o contexto da formação humana se resume nos
fundamentos: conhecimento x afetividade (sentimentos), construir uma identidade
crítica, reflexiva e que reconhece seu papel na sociedade e sua dinâmica como
ser humano, sensível em relação ao outro e forte diante das diversidades.
Educar para o crescer, conhecer e construir! Tratar
a causa da doença social, os males da sociedade, significa humanizar o seres
humanos!
REFERÊNCIAS
ARAUJO,
C.A. & MELLO, M. A. & RIOS, A.M.G. Resiliência. Teoria e Práticas de
Pesquisa em Psicologia. São Paulo, Ithaka Books, 2011