A dislexia não é uma doença, como pensam muitos por ai. Essa palavra vem do grego dys, que significa pobre, e lexia, que quer dizer linguagem. Se nos aprofundarmos um pouco mais, dislexia é um problema neurológico relacionado à linguagem e à leitura; as habilidades de escrita de palavras e de textos, de audição, de fala e de memória também podem sofrer impactos (FRANK, 2003. p.4).
Eu tenho dois filhos disléxicos, e que sofrem com a falta de atendimento especializado, com o preconceito e a falta de informação. Por isso, decidi apronfundar no assunto, já que trata-se de uma pesquisa recente e pouco divulgada.
A nove anos atrás quando meu menino mais velho ingressou na escola não existiam atendimentos especializados e falar sobre dislexia seria inviável. Atualmente, o mais novo começa seus passos escolares e minha luta por um atendimento especializado e seus direitos garantidos.
Bem, trata-se de uma história bem complicada. Primeiro, deve-se fazer um levantamento do histórico da criança desde a gestação. Observações simples como quando gatinhou, falou, andou, podem ser fundamentais para o processo de identificação da dislexia.
Veja alguns sintomas que pode-se observar na primeira infância:
Adivinha... meus meninos se enquadram direitinho nesses sintomas. Agora a partir dos sete anos, segunda infância:
1 - Pode ser extremamente lento ao fazer seus deveres;
Bem, sem comentários, o que grifei de vermelho são os sintomas que meus filhos apresentam. Então, percebendo a dimensão da situação, estou correndo atrás de laudos e condições que possibilitem o processo de ensino-aprendizagem deles.
Dessa forma, alguns autores já discutem o assunto, veja:
“Os casos de dislexia fonológica do desenvolvimento mostram que, apesar da boa audição e de boa articulação da fala, pode haver problemas de discriminação e consciência fonêmicas que prejudicam severamente a aquisição de leitura e escrita alfabéticas competentes (Macedo,2006,p.48)".
Nada, fácil de se fazer. Sou educadora da rede municipal em minha cidade, e por cobrar da instituição um atendimento diferenciado, estou sofrendo com a pressão. Não sou de desistir e jamais aconselharia a alguém a fazer isso.
Dessa forma, alguns autores já discutem o assunto, veja:
“Os casos de dislexia fonológica do desenvolvimento mostram que, apesar da boa audição e de boa articulação da fala, pode haver problemas de discriminação e consciência fonêmicas que prejudicam severamente a aquisição de leitura e escrita alfabéticas competentes (Macedo,2006,p.48)".
Nada, fácil de se fazer. Sou educadora da rede municipal em minha cidade, e por cobrar da instituição um atendimento diferenciado, estou sofrendo com a pressão. Não sou de desistir e jamais aconselharia a alguém a fazer isso.
Portanto, decidi intervir pedagogicamente em casa. Nada, muito aconselhável, mas algo que já percebi grandes evoluções.
Meu, pequeno tem seis anos, está na educação infantil, no primeiro semestre questionei sua professora várias vezes, até ouvir: "então, tá... como você também é professora, manda as atividades que quer que eu trabalhe com seu filho".
Um absurdo, espereir fechar o semestre e mudei ele de escola, péssimo negócio. A situação priorou. Vendo que não tinha mais jeito, comecei a promover situações pedagógicas em casa, e estamos evoluindo... Vejam:
Iniciei a interferência com nome dele - percebi que não reconheci as letras de seu nome, então pesquisei em livros atividades com o nome e montei algumas em um cadermo para trabalhar com ele. Também fiz o crachá e colei sua foto, fundamental para esse processo. A primeira atividade, colei em alto relevo letras de E.V.A para formar o nome e sua foto, depois pedi para que ele passasse o dedo por cima de cada letra, que fui falando o nome de cada uma. O passo seguinte foi identifcar essas letras em um alfabeto móvel e colar, em seguinda em uma revista, recortar e colar em baixo, e em sequência e por fim, copiar.
Na atividade seguinte, procurei traçar o movimento de cada letra, escrevi a letra no tamanho grande passei cola colorida e pedi para que ele passasse o dedo por cima, sentindo o movimento da letra, e em seguinda fiz o mesmo processo no chão com fita crepe e pedi para que andasse em cima da letra. Depois, recortamos de revistas a letra trabalhada e figuras cujos nomes iniciam com essa letra. Confira o resultado:
Assim, fiz com as demais letras do seu nome, como podemos conferir:
A próxima atividade trabalhei a associação das letras do seu nome com as figuras representativas.
Em seguida, usando sua foto e a grafia do seu nome, pedi que reproduzisse o traçado do nome.
Atividade simples como circular as letras do nome no alfabeto servem de fixação para memorização visual das letras.
A atividade que será promovida a seguir:
Além de trabalhar o nome de cada letra trabalhei o som, usando o método das boquinhas de JARDINI, muito interessante. Confeccionei aventais e para cada letra selecionei objetos cujos nomes iniciam com a letra selecionada. Estou usando a letra da música do Seu Serafim, para memorizar o som e nome de cada letra, veja: "Olhe bem Seu Serafim o nome dessa letrinha é assim...G", ou "Olhe bem Seu Serafim o som dessa letrinha é assim....".
O que pude perceber em duas semanas que ele já memorizou as letras G, U, S, A, O, tem dificuldade no T e V. Mas, já progrediu muito, o que não aprendeu o ano inteiro consegui em duas semanas.
Como ele tem dificuldade na coordenação motora fina, estou traçando no chão zig-zag, ondinhas, vai-e-vem, e outros traços para andar em cima, pois assim, seu cérebro trabalha o processo de identificação psicomotor do traçado e reprozimos em atividades no caderno. Também, deixo ele desenhar a vontade, e brincar de massinha, muito importante.
O que mais me surpreendeu em minhas pesquisas foi constatar que diferente da maioria das crianças os diléxicos possuem o QI na média ou acima da média superior, então, sua dificuldade não tem nada haver com falta de inteligência.
Alcarás (2008, p. 8), coloca que pesquisas realizadas em vários países mostram que de 10% à 15% da população mundial é dislécia. E acrescenta, que ela é uma condição hereditária com alterações genéticas, apresentando ainda alterações no padrão neurológico.
Portanto, posso afirmar que existem muitos disléxicos por aí sendo rótulados, classificados e discriminados pela falta de adequação curricular e qualificação dos profissionais da educação na área das dificuldades de aprendizagem e inclusão, uma realidade que pode e deve ser mudada. Como educadora de excelência estou plantando minha semente. E você? Vai ficar culpando seus educandos pelo seu fracasso?
REFERÊNCIAS
ALCARÁS, D. J. Práticas facilitadoras no processo do ensino da seunga língua para disléxicos. São Paulo, 2008.
FRANK, Robert. A vida secreta da criança com dislexia. Trad. Tatiana Kassner. São Paulo: MBooks do Brasil Editora Ltda, 2003. ISBN 85-89384-12-8
BADDELEY, A.D.; LOGGIE,R.M “Auditory imagery and working memory.” In:
REISBERG, D. (ed.) Auditory imagery. In: MACEDO, E.C.(Org) Temas em Neuropsicolinguistica. Ribeirão Preto, SP: Tecmedd,2006, 39-58.
SEVERINO,A.J. Metodologia do Trabalho Científico. São Paulo. Cortez, 2002. ISBN 85-249-0050-4.
GUIMARÃES, L.M. Dislexia. http://www.qualidadevida.psc.br/doc/dislexia.pdf) . Acesso em 30 abr 2008.
http://www.datasus.gov.br/cid10/webhelp/cid10.htm. Acesso em 31 maio 2008.
Como ele tem dificuldade na coordenação motora fina, estou traçando no chão zig-zag, ondinhas, vai-e-vem, e outros traços para andar em cima, pois assim, seu cérebro trabalha o processo de identificação psicomotor do traçado e reprozimos em atividades no caderno. Também, deixo ele desenhar a vontade, e brincar de massinha, muito importante.
O que mais me surpreendeu em minhas pesquisas foi constatar que diferente da maioria das crianças os diléxicos possuem o QI na média ou acima da média superior, então, sua dificuldade não tem nada haver com falta de inteligência.
Alcarás (2008, p. 8), coloca que pesquisas realizadas em vários países mostram que de 10% à 15% da população mundial é dislécia. E acrescenta, que ela é uma condição hereditária com alterações genéticas, apresentando ainda alterações no padrão neurológico.
Portanto, posso afirmar que existem muitos disléxicos por aí sendo rótulados, classificados e discriminados pela falta de adequação curricular e qualificação dos profissionais da educação na área das dificuldades de aprendizagem e inclusão, uma realidade que pode e deve ser mudada. Como educadora de excelência estou plantando minha semente. E você? Vai ficar culpando seus educandos pelo seu fracasso?
REFERÊNCIAS
ALCARÁS, D. J. Práticas facilitadoras no processo do ensino da seunga língua para disléxicos. São Paulo, 2008.
FRANK, Robert. A vida secreta da criança com dislexia. Trad. Tatiana Kassner. São Paulo: MBooks do Brasil Editora Ltda, 2003. ISBN 85-89384-12-8
BADDELEY, A.D.; LOGGIE,R.M “Auditory imagery and working memory.” In:
REISBERG, D. (ed.) Auditory imagery. In: MACEDO, E.C.(Org) Temas em Neuropsicolinguistica. Ribeirão Preto, SP: Tecmedd,2006, 39-58.
SEVERINO,A.J. Metodologia do Trabalho Científico. São Paulo. Cortez, 2002. ISBN 85-249-0050-4.
GUIMARÃES, L.M. Dislexia. http://www.qualidadevida.psc.br/doc/dislexia.pdf) . Acesso em 30 abr 2008.
http://www.datasus.gov.br/cid10/webhelp/cid10.htm. Acesso em 31 maio 2008.